Hoje, sejamos quartos de lua cheia!
Lúcia Costa
Grandes tratados se escrevem hoje. Maravilhosas promessas são feitas. Infinitas juras são ditas. Milhares de alusões ao amor são pesquisadas e identificadas.
A pessoa humana é um ser em busca, em procura constante de amor e felicidade. Ora, se o amor tem razões que a própria razão desconhece, também a felicidade carece de inúmeras ações que mais não são do que pequenos nadas. A frequente demanda pela plenitude nunca para, porque somos seres caminhantes, em constante mutação, que tentam captar o conhecimento da beira do caminho.
Se aos 20 anos pensava que o que me faria feliz seria ter uma vida estável, aos 30 descubro que o que me faz feliz é o conhecimento que se adquire das coisas. Agora, aos 38 anos, faz-me feliz a Beleza. Das palavras, momentos ou atitudes. Faz-me feliz um abraço fraterno, assim como um «és a melhor mãe que um filho pode ter».
Recentemente li que «não sentimos amor, somos amor». Então sejamos amor! Para nós próprios e não só para o nosso par. Só assim, inteiros, podemos ser sóis de alguém, e não metades de lua que necessitam da luz do outro para se completar. Só amamos em plenitude quando nos damos todos e não somente migalhas. Pouco ou nada adiantam flores, presentes, palavras apaixonadas quando estamos a olhar para o lado e quando nos outros 364 dias nem pensamos nisso ou achamos que não merecemos esse constante estado de atenção.
O dia de São Valentim é o relembrar da celebração do amor contra tudo.
Então, que amemos a nossa outra parte e o nosso eu. Que amemos quem precisa e quem não precisa. Que amemos os mais carrancudos e os mais alegres. Que amemos quem nos traz um sorriso e quem partilha um problema. Amemos todos em pleno e sem receio, porque melhor que nos amarmos a nós mesmos é deixar-mo-nos levar pelo amor. Sejamos felizes!